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A tênue linha que separa a cobrança do espetáculo e da vitimização

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas

A reunião pública da Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores de Santa Maria, que ocorreu na última quarta-feira, foi um bom termômetro para medir a temperatura das relações entre as duas principais Casas da cidade: Legislativo e Executivo. Por pouco mais de duas horas, o secretário da Saúde, Guilherme Ribas, falou aos parlamentares. Ele teve o reforço do time de frente da pasta: o acompanharam a secretária adjunta, Ana Paula Seerig, e a enfermeira responsável do Setor de Imunizações da prefeitura, Cecília Mariane Pinheiro Pedro.

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Guilherme Ribas é um conhecedor da Secretaria da Saúde, está na pasta desde a gestão do então prefeito Cezar Schirmer (MDB). À época, foi o braço direito da titular da pasta, Vania Olivo. Depois, já no governo Jorge Pozzobom (PSDB), atuou ao lado do chefe do Executivo municipal, que comandou a secretaria por um ano. Na sequência, também figurou com outros nomes da pasta - Liliane Duarte e Francisco Harrisson (MDB). O respaldo do governo municipal, Guilherme Ribas tem. O capital político, que só é conquistado por quem está na política ou está ambientando a esse cipoal, ele não desfruta. Bem pelo contrário. Ele, inclusive, virou o alvo da vez da oposição.

DUPLA MISSÃO

O desafio do secretário, que já foi testado em meio à crise da pandemia da Covid-19, é outro agora: passar por essa turbulência que coloca a pasta da Saúde na dupla missão de responder ao Legislativo, que é legitimado e outorgado a isso, e, ainda, não comprometer a imunização da sociedade. O que foi feito no passado já não importa mais. Pozzobom pontuou ao montar uma ampla rede de enfrentamento à pandemia.

Mas, agora, é preciso mais: avançar na imunização e explicar os motivos de determinados grupos terem sido vacinados, enquanto outros não. Fazer gestão em meio à crise não foi uma meta, mas, sim, uma obrigação de Ribas. Algo que foi atingido por ele ao lado de um corpo técnico da pasta, que soube mobilizar um exército de voluntários para dar celeridade à imunização.

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Se de um lado, Guilherme Ribas foi técnico, ele se complicou em algumas declarações desencontradas dadas à imprensa e ao próprio Legislativo. Isso se deve, e muito, ao fato de ele não ter a fluência própria de políticos.

Técnico, terá que mostrar, tanto na Comissão de Saúde quanto nas duas CPIs que apuram eventuais inconsistências dentro da pasta, que está apto a respondê-las sem recorrer aos nomes de Ana Paula e de Cecília. Será testado, agora, na arena política.

VOZ ATUANTE

O secretário tem como comprovar o que se vê desde o começo da imunização: as ações são feitas mediante o cumprimento do rigor da lei e das normativas preconizadas pelo Ministério da Saúde. A cobrança, capitaneada por dois blocos de oposição, é mais que legítima.

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O mais combativo, desde o começo da questão da vacinação, é o vereador Tubias Calil (MDB). O emedebista, que já protagonizou em legislaturas passadas outras CPIs, sabe que o tom da cobrança deve ser feito à medida que as respostas são dadas ou não. E, no caso do governo, qualquer tentativa de vitimização será vista como uma tentativa de fugir de algo. No caso, das CPIs.

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